Fotos do processo (breve)


Comum nunca foi uma palavra que me definiu, enquanto crianças de colo gostavam de brinquedos, eu me divertia com o desenho das minhas camisetas, ou apenas em olhar os meus dedinhos se mexendo.


E conforme fui crescendo, enquanto a maior parte das crianças é ligeiramente gordinha, lá estava eu pescoçudinha em meio a elas e foi exatamente o fato de ser diferente que fez com que minha avó fez questão de começar a cuidar de mim enquanto meus pais trabalhavam, já que ela acreditava que criança saudável era uma criança gordinha e bem...Eu estava longe de ser uma delas.


Até que meus 8 anos de idade chegaram e de repente lá estava eu, usando P de adulto e ouvindo "gordinha, gordinha, vai pular na piscina e jogar toda a água fora!" no hotel em que passava minhas férias de verão. E essa, meus amigos, foi a primeira vez em que precisei emagrecer na vida.


E talvez seja isso, ou o fato de eu ser uma das poucas filhas de pais separados em uma cidade pequena, mas  a partir daquele momento, passei a sentir que não me encaixava. E caí no clichê de me sentir estranha, me sentia mal por não me encaixar nunca nos padrões, acreditava que talvez o corpo perfeito me levasse mais perto da vida ideal, sem perceber dois fatos: a vida ideal não existe e muito menos o corpo perfeito.
E isso definiria toda a minha adolescência: insatisfeita e sempre em busca de algo, quando na verdade, o que eu precisava era outra coisa, amor próprio. E depois de algum tempo tentando alcançar o que não existe, a tendencia é criar alguns mecanismos de defesa, o meu foi negar tudo o que era comum.
Cresci como uma rosa cheia de espinhos e mágoas que me ancoravam.


E a verdade é que quando você carrega um bolo de coisas ruins, você passa a só conseguir ver o lado pesado de tudo, assim, aos 19 anos depois de um conjunto de desilusões, foi como se eu comesse o meu bolo de mágoas todo de uma vez.
O resultado? 


2006: 60kg

2007: 68kg

2008: 75kg

2009: 79kg

2010: 82kg

2011: 87kg

2012: 91.4kg

Foi no dia 02 de outubro de 2012, aos 84kg que resolvi mudar a minha história, abandonar a mágoa que me ancorava e lutar novamente por mim, percebi que o passado não poderia ser mudado, mas que o pior que posso fazer, é abrir mão do meu presente e do meu futuro por coisas que não são possíveis de mudar. E então, resolvi lutar para refletir por fora, a leveza que tinha tomado conta de mim.




No dia 12 de fevereiro de 2013, cheguei aos 59,2kg, iniciando meu processo de manutenção. As vezes o peso sobe, as vezes ele desce mas se tem algo que aprendi é a nunca descuidar e deixar de dar amor a minha melhor amiga. Ela sempre esteve ali ao meu lado, ela suportou e sobreviveu ao melhor e o pior de mim. 
Então é a mim que dedico todo esse processo de descoberta e desejo a você que está lendo isso que pare e pense: do que é a sua fome?
A minha era de amor. Amor próprio.



3 Comentários

Unknown disse...

Nossa você está linda!
estou decidida a mudar preciso eliminar 32kg, e vendo sua história percebi que tenho quase o mesmo peso q vc tinha qdo começou. Me motivou ver seu resultado, cheguei no meu limite mais esta semana comei meu processo de RA e hj começo com as caminhdas, já tentei academia mais não posso devido a um problema na coluna. obg por dividir sua história.

Elen Bordotti disse...

Parabens Ana,

É engraçado seu relato, parece muito com o momento que estou vivendo. É dificil enxergar aquilo que nos falta, mas no meu caso passo pelo mesmo que voce passou, falta de amor proprio.
Me deseje persistencia pois hoje eu começo o meu processo de emagrecimento. Bjuss e continue assim!

Fernanda Gomes disse...

Vc me inspira ... adoro ler sua história de motivação ... parabéns