Hoje meu assunto tem nome e o nome é Maria 'Remilia'. Maria 'Remilia' carrega nos cabelos ruivos a força e no sorriso tímido uma história que merece ser discutida.

Sob o nome de Remi, Remilia fez hoje, no dia 16 de janeiro de 2016, sua primeira apresentação no NALCS, a principal competição norte americana de League of Legends.
O que marca não é apenas o fato de Remi ser a primeira mulher a debutar na principal competição norte americana profissional de League of Legends, Remi debuta após inúmeros ataques sofridos na internet e após as constantes tentativas externas de não apenas destruir sua auto-estima mas seu espírito.

E isso me leva as lembranças do ano de 2000, uma época em que o termo bullying não era conhecido e uma mocinha de cabelos cheios e cacheados andava em meio a vaias e urros na escola e que após uma agressão teve o pé quebrado: o motivo? Ela gostava de coisas diferentes e se vestia diferente.
A mocinha era eu.
A moça ainda sou eu, a criança assustada diante das vaias anos depois ainda sou eu.

E Remilia é uma garota de 20 anos enfrentando inúmeros agressores sem face todos os dias, pessoas que a apontam como diferente simplesmente por ser ela e desprotegida convive com as agressões. O motivo? Remilia é mulher e transexual.

Remilia é Maria. Remilia é como tantas Marias, Remilia é como Pedros e Danieles.

Maria é você que foi hostilizada pelo peso, como seu amigo que sofreu agressões pela orientação sexual, como tantos de nós que escondem as dores nas tramas de um travesseiro.
Todos nós, tenhamos a idade que for somos a criança assustada diante das vaias.

Enquanto isso Maria Remilia continua, essa menina com um espírito de diamante conseguiu a vitória diante dos olhares de ódio que a fitavam e vai continuar vencendo, assim como tantas outras Marias, Pedros, Danieles e (porque não?) Anas.
Nós sempre venceremos simplesmente por ter coragem de ser quem somos.
Sobreviveremos ao preconceito, a falta de informação e aos olhares de ódio. Nós seguiremos bravamente porque não tem nada de errado em ser quem nós somos.
Seremos únicos e infinitos porque durante essa existência tão breve tivemos a coragem de ser quem realmente eramos.

Nós somos amor e fomos livres.


É engraçado como as coisas acontecem. Você se acostuma a tudo inclusive as coisas ruins, se impõe amarras mesmo sem precisar, aceita que precisa continuar desconfortável mesmo sem no fundo estar.
E é isso, eu estou desconfortável.
Desconfortável com o tudo, com o nada, com a minha pele e com tanto mais.
A questão toda é que eu inconscientemente sempre escolho essa posição desconfortável porque no fundo, bem lá no fundo, ainda acho que mereço ela. Ainda ouço aquela voz que grita dizendo que eu não mereço as boas coisas que conquisto.
Ouço a voz que escolho ouvir.
Enquanto mil outras vozes gritam o contrário eu me abraço a essa única, flerto sempre com essa negatividade que sempre me arrastou, com a voz que grita que não sou normal, que não pertenço, que está errado.
E eu sinceramente estou cansada de sempre voltar a ouvi-la.
Um ano atrás eu passava por um dos períodos mais conturbados da minha vida por ouvir vozes que endossavam a minha própria e que quase me empurraram por um abismo. E quer saber? Sobrevivi.
Sobrevivi a vergonha dos 5 anos de idade, sobrevivi ao abandono dos 9, ao medo dos 10, ao bullying dos 12, a dor lancinante dos 15, ao coração partido dos 19, a ansiedade dos 24 e ao precipício dos 26.
EU SOBREVIVI.
Então porque sempre acabo me abraçando a autossabotagem e escolho ouvir essa voz que me faz encarar tudo como se fosse tão finito, tão eterno, tão pesado?
Passei anos buscando a resposta pra isso e hoje cheguei a conclusão de que cansei. Cansei de buscar a resposta pra algo que eu não consigo determinar, não sei dizer se foi aos 5, aos 9, aos 10, aos 12, aos 15, aos 19, aos 24...Eu não quero mais saber quando começou, quero guardar só uma data: a de hoje.
Hoje é a data que escolhi pra marcar o dia em que isso acaba, escolhi essa data para ser o dia em que eu começo e pra começar acho que só tem algo sincero que eu posso dizer:

Ana eu te perdoo, por favor também me perdoe por anteriormente eu não saber como te amar.





A realidade é uma só: muitas vezes nos apaixonamos por inúmeras coisas quando estamos preparando o nosso casamento. Em meio a feiras e fornecedores eu me vi frente a inúmeros bons profissionais (alguns caríssimos, outros nem tanto) e serviços extremamente atraentes e se você não focar bem os olhos em onde quer chegar, corre o risco de descaracterizar o seu dia dos sonhos.

Entre as coisas que eu fiz pé firme e sonhei estava o meu convite de casamento.
Eu sabia que queria algo que fugisse do tradicional e que ao mesmo tempo, fugisse dos preços exorbitantes por algo que sempre acaba sendo jogado fora pelos convidados.

Meus sonhos quanto a convite eram: roxo, violeta e/ou lilás, algo que representasse o Edson e eu como casal (nosso jeito e gostos) e fosse leve e divertido.

Foi então que percebi: pelo valor que eu estava disposta a pagar, dificilmente conseguiria encontrar algo tão personalizado assim, foi  então que decidi que eu seria minha própria designer.

Em meio a horas e horas no pinterest, cheguei a um modelo de convite e envelope e a escolha do tema do envelope, que é a Alliance, nossa facção no jogo world of warcraft.




E foi com mais pesquisas que cheguei ao site Wedding chicks que permite pelo site a customização de alguns modelos grátis. Porém percebi que nenhum atendia 100% aquilo que eu sonhava, assim, resolvi que utilizaria apenas a parte de cima de um deles.

E foi utilizando o programa Photo Filtre, recortando aqui, colando alí e escolhendo a fonte ideal que cheguei ao meu convite dos sonhos, algo leve e divertido como ele e eu.

Após escolhermos os papeis (para os envelopes escolhemos folas A4 de Color Plus na cor Amsterdam e para os convites papel texturizado tipo casca de ovo), os quais compramos a parte, mandamos imprimir o trabalho final em uma gráfica de São Paulo chamada Alphagrafics (unidade Vila Olímpia), que além de oferecer um valor de impressão extremamente justo, cortou os convites de graça.

Então tive só o trabalho de dobrar os envelopes, colar as fitas de gorgurão e o sticker perolado  (que custou menos de 5 reais na Nippon).

E o resultado final foi esse, algo leve e divertido como nós gastando apenas R$3,50 por convite.





Tudo começou no fim de fevereiro.
Um dia acordei com coceira nos braços e nas pernas, algo que lembrava a coceira de três semanas só que a coceira de três semanas antes tinham uma razão bem justificada, a dengue.

Confesso que não dei muita atenção a coceira até o quarto dia seguido em que mal conseguia dormir a noite. A coceira vinha acompanhada de vergões que desapareciam da mesma maneira misteriosa com a qual surgiram, migrando depois de um tempo para outra parte do tempo.
Lidei com a situação da mesma maneira que lidava quando sentia reação alérgica a porco: tomava meu antialérgico de costume e esperava passar. Porém, a coceira e os vergões sempre voltavam, foi quando decidi procurar uma dermatologista.

Na primeira consulta com a dermatologista recebi o diagnóstico de urticária e passei pelos primeiros impactos: tratamento com corticoide + antialérgico por cerca de 10 dias e os primeiros cortes na alimentação (nada de chocolate, tomate, kiwi, morango, banana, laranja, uva, maçã, abacate, frutas cítricas em geral, peixe, pimenta, frutos do mar, queijos amarelos, bebidas alcoólicas, corante amarelo, corante vermelho e refrigerantes). Buscávamos nesses alimentos encontrar a causa da urticária, porém também me foram pedidos exames de sangue, rins e fígado, já que a urticária poderia ser sintoma de outras doenças como leucemia ou lupus.

Descartadas as doenças de figado, sangue ou rins e com a confirmação do teste de Ige, ficou confirmada a urticária alérgica, que apesar do tratamento ainda persistia, isso levou a novos cortes como ovos e leite. Também a um exame de RAST específico para ovos (gema e clara), leite, carne de porco e cacau.
Foi quando resolvi buscar especificamente uma alergologista.

Já na consulta, com exames em mãos e após a descrição detalhada dos últimos meses (incluindo a dengue que precedeu a crise de urticária) recebi o diagnóstico de urticária crônica e a noticia de que não há previsão de cura completa.

Confesso que a frase "pode ser que você se cure em 6 semanas, 6 meses ou 30 anos... Tenho um paciente que demorou 20 anos para se curar!" me atingiram como uma bomba. Recebi as mais diversas recomendações, novos antialérgicos de uso contínuo pelas próximas 6 semanas e um novo corte na alimentação que se resume a essas 3 imagens:



Além da exclusão de atividades físicas intensas, banhos quentes ou longos, tomar sol, sauna, esforço físico, roupas apertadas, remédios não permitidos e stress (sim, não posso ficar nervosa).
Saí desnorteada do consultório, passei um sábado choroso mas depois de uma caminhada no parque minha cabeça foi voltando ao lugar já que me dei conta que entre as possibilidades, a urticária crônica era a menos pior.

Confesso que é difícil temperar as comidas sem alho e cebola mas estou me permitindo experimentar o novo e estou decidida a não me deixar abater por essa doença. Seja em 6 semanas, 6 meses ou 30 anos, vou me curar e ter uma vida normal.

Enquanto isso as pessoas ao meu redor tem me dado amor e me ajudado a adaptar meu cardápio agora que não posso comer fora de casa.
Essa é a nova rotina alimentar que trarei aos poucos para cá.
Pão de frigideira com fécula de batata

salada de tofu com cenoura e alface

pão de fécula de batata com mandioca

bolo de limão sem ovo, sem leite, com farinha de arroz

pão de inhame com polvilho


salada de alface, cenoura e batata


arroz (temperado só com sal), frango desfiado (temperado com limão,
 sementes de mostarda e alecrim) e batata e cenoura cozidas

doce de abóbora com açúcar mascavo







Como eu disse em outra postagem, filmes tem tido sempre um grande papel na minha vida e por isso esse desafio de 30 filmes em 30 dias sempre me anima, principalmente nessas fases em que tudo parece fugir ao meu controle .
E foi por isso que fiz a segunda edição do 30 filmes em 30 dias de 2015, logo em seguida da primeira edição.
Nesse momento estressante de faculdade/preparativos do grande dia/tratamento de uma alergia (que acabou se revelando uma urticaria crônica - assunto do próximo post), esse desafio de 30 filmes em 30 dias veio como um balsamo e ao mesmo tempo um catalisador para que eu continuasse firme no meu propósito de parar de adiar as coisas que me fazem bem.
Se o que te faz bem é ler: leia. Se o que te faz bem é dançar: dance...
A construção/reconstrução da autoestima é influenciada por pequenas atitudes e a minha sempre foi muito ligada ao conhecimento e a arte, por isso tenho retomado e me apoiado em tudo o que me faz bem: livros (ao menos 2 livros por mês), musica, cinema e dança (voltei a dançar em março e já estou a menos de 1 mês do meu retorno ao palco e ao cheiro de linóleo).
Nesses 30 dias da segunda edição tive o prazer de conhecer alguns filmes que entraram inclusive para a minha lista de favoritos de todos os tempos!

21/04: Johnny & June -  ☆ 
22/04: Millenium: Os homens que não amavam as mulheres (sueco) -  ☆ 
23/04: Divergente  - 
24/04: Snatch - 
25/04: Preciosa - 
26/04: Volver - 
27/04: Ligeiramente grávidos -  
28/04: Blue jasmine  - 
29/04: Samurai X - 
30/04: Meninos não choram - 
01/05: Sem limites - 
02/05: Fargo - 
03/05: Psicose - 
04/05: Onde os fracos não tem vez -  
05/05: Crash: no limite - 
06/05: Coincidências do amor - 
07/05: Os estagiários - 
08/05: Regras da Vida - 
09/05: Bastardos Inglórios -  
10/05: Selma - 
11/05: As vantagens de ser invisível - 
12/05: Bem vindo aos 40 - ☆ 
13/05: Cyberbully - ☆ 
14/05: O Abutre - 
15/05: Desejo e Reparação  - 
16/05: Rango ☆ 
17/05: Os Instrumentos Mortais: cidade dos ossos☆ 
18/05: Garotas do Calendário ☆ 
19/05: O Jogo da Imitação -  
20/05: Expelled - 


Sei que essa não foi a ultima edição do 30 filmes em 30 dias desse ano pois o que faz bem, é feito para durar.